H.Stern O homem que gostava de pedras coloridas
Águas-marinhas. Turmalinas. Ametistas. Topázios. Quem diria que, há apenas algumas décadas, ainda ninguém tinha olhado verdadeiramente para estas fantásticas pedras preciosas? Até que, um dia, o seu brilho deslumbrou Hans Stern, o visionário.
Em 1945, os grandes joalheiros concentravam a sua atenção e criatividade nos diamantes e nas chamadas pedras orientais (esmeraldas, rubis e safiras). Nessa altura, Hans Stern (1922‑2007), um alemão que, aos 17 anos, tinha emigrado para o Brasil, trabalhava como dactilógrafo numa empresa comercial exportadora, no Rio de Janeiro. Foi aí que o seu olhar se deixou seduzir pelas pedras preciosas coloridas.
Descoberta a sua grande paixão, Hans Stern depressa tomaria uma decisão que mudou definitivamente não apenas a sua própria vida como todo o mundo da joalharia.
Nesse ano, Hans Stern vendeu o seu bem mais valioso, um acordeão Hohner, a única recordação que tinha trazido da Alemanha natal. Os 200 dólares que obteve com a venda, a somar a um pequeno empréstimo bancário, permitiram-lhe abrir uma loja de compra e venda de pedras, com um plano ambicioso: tornar o país do samba e do futebol igualmente conhecido como o país das gemas coloridas. De tal forma foi bem sucedido que todas as pedras preciosas coloridas passaram a ser conhecidas como pedras coloridas brasileiras, mesmo que não tivessem sido
encontradas no Brasil.
Em 1964, um artido da revista Time chamava a Hans Stern “o rei das pedras coloridas”. Actualmente, a H.Stern, além de ser a maior joalharia no Brasil e na América Latina, é também uma das maiores e mais conhecidas marcas de jóias no mundo inteiro.
VISÃO E INOVAÇÃO
O carácter visionário de Hans Stern e a sua obsessão pela qualidade traduziram-se em múltiplas acções pioneiras. Em 1947, criou um Certificado de Garantia Internacional para comprovar a qualidade das suas jóias.
Nos anos 50, para atrair clientes entre os turistas do Rio de Janeiro, criou uma visita guiada às oficinas, para oferecer aos visitantes uma visão geral completa, passo a passo, do delicado e trabalhoso processo de criação de jóias. Mais tarde, inaugurou um museu particular de pedras brutas, espécimes raros e criações premiadas. Este museu integra igualmente a sua impressionante colecção pessoal de turmalinas (mais de 1.100 pedras), com todas as tonalidades conhecidas dessa pedra incrível. Em 1958, a H.Stern foi a primeira joalharia na América Latina a
montar o seu próprio laboratório gemológico, para analisar e classificar pedras preciosas e metais, e pesquisar novas matérias-primas. Em 1959, organizou o primeiro desfile de jóias no Brasil e foi a única marca latino-americana a participar, por convite, na “Exposição de Jóias Modernas” no Victoria & Albert Museum de Londres. Nos anos seguintes, a H.Stern ganhou vários prémios de design e tornou-se uma referência mundial em design de jóias.
Desde então, reis e rainhas, artistas, políticos e muitas celebridades fazem questão de visitar a sede mundial da H.Stern no Rio de Janeiro. Em 1975, outra inovação: pela primeira vez, foi realizado um Bazar da H.Stern. A partir de então, uma vez por ano, os clientes da H.Stern têm a
oportunidade de trazer as suas peças de ouro que já não usam e de as trocar, a um valor premium, como parte do pagamento pela compra de uma nova jóia. A ideia foi tão bem sucedida e popular que viria a ser copiada por muitos outros joalheiros em todo o mundo.
A H.Stern também cria constantemente inovações tecnológicas, com novas técnicas para lapidação e polimento de pedras preciosas. Esses esforços culminaram em 2004 com o desenvolvimento e lançamento do “Stern Star”, um diamante com lapidação orgânica e assimétrica exclusiva.
No âmbito dos relógios, a empresa não foi menos inovadora. Em 1970, a H.Stern ganhou o Prémio da Cidade de Genebra com um relógio de quartzo (antes que grandes marcas, como a Citizen, lançassem os seus primeiros modelos de quartzo). O relógio ainda é parte dos arquivos do museu da empresa.
Em 1983, Hans inaugurou a sua nova sede em Ipanema, o primeiro edifício planeado para integrar todas as áreas envolvidas na manufactura e venda de jóias finas: oficinas de ourivesaria e lapidação, laboratórios, instalações de formação, escritórios, museus, show-rooms e muito mais.
O habitat perfeito para uma marca que faz da inovação a sua filosofia.